Ponho-me a pensar...

Ponho-me a pensar em todas as pessoas das quais desisti, em todas as vezes que o meu orgulho venceu e não corri atrás, em cada pessoa que afugentei da minha vida, em cada pessoa a quem não me entreguei, por quem não quis arriscar. Ponho-me a pensar em todas as atitudes más que tive, em todas as vezes que cerrei a cara, amuei e não quis conversar. Ponho-me a pensar em todas as vezes que ousei dizer “se calhar não funcionamos e é melhor acabarmos” só para não dar o braço a torcer. Ponho-me a pensar em todas as vezes que me tentaram abrir os olhos, que me imploraram para ser sensata, para não ser impulsiva, e ponho-me a pensar em todas as vezes que ignorei esses pedidos. Ponho-me a pensar em todas as vezes que não quis dar parte de fraca, em todas as pessoas de personalidade forte que quebrei, só com medo de me ferir….
Ponho-me a pensar nisto tudo e apercebo-me do quanto perdemos tempo na nossa vida, de quantas pessoas maravilhosas mandamos embora, de quantos amores desistimos… Ponho-me a pensar se era inevitável, ou se faz parte do processo, errar e depois sentir todos os erros ferver na pele. 
Agora, aqui do outro lado, vejo como tudo isto é triste. Não ceder, não arriscar, não nos entregarmos, não corrermos atrás, não confiarmos. Temos medo de quê afinal? Um coração partido? Um orgulho ferido? Tempo perdido? 
O maior medo deveria ser perdermos a capacidade de dar por termos medo do que vamos perder. 

Sem comentários:

Enviar um comentário