Sons, luzes, música, caras por todo o lado...
Vibrações, sensações, emoções...
Deixamo-nos ir, embalados pelo som que nos rodeia, e quase que nos conseguimos entregar.
Há braços no ar, pessoas a saltar, aquela letra que conhecemos de cor, sorrisos, gargalhadas... Fechamos os olhos e ficamos ali a sentir, só a sentir.
Mas há qualquer coisa que não bate certo, há uma falha, um aperto, algo que nos puxa para a sobriedade, que não nos deixa simplesmente ir, que não nos deixa libertar-nos. Falta qualquer coisa, o sentimento de aconchego, a gargalhada que rima com a nossa, o braço que nos agarra a cintura, a mão que nos conduz, e aquele olhar que não precisa falar para ser ouvido. Falta qualquer coisa, mas não é uma coisa qualquer. É aquela coisa, a que dá sentido a tudo na nossa vida, a que preenche o vazio no nosso peito, aquela que envolve a nossa alma, a que nos completa. É aquela coisa que nos dá a felicidade, aquela felicidade imensa que parece que jorra por todos os poros do nosso corpo, que nos dá energia.
Tentamos não pensar, tentamos ignorar e continuamos a dançar, a tentar sentir, a tentar cantar... Quase que funciona, só que na realidade não.